
Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil
Mesmo internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) após uma cirurgia de emergência, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece não estar disposto a ceder o cargo temporariamente ao vice, Geraldo Alckmin. A situação levanta questões sobre a confiança dentro do governo, especialmente considerando que Alckmin só assumiu parte da agenda presidencial com o primeiro-ministro da Eslováquia após uma insistência considerável.
Inicialmente, havia sido informado que o vice-presidente manteria compromissos de sua função como ministro do Desenvolvimento.
A resistência de Lula em delegar funções a Alckmin é uma extensão de uma relação marcada pela desconfiança. Durante o processo eleitoral, Alckmin, então no PSDB, teceu críticas severas ao petista, acusando-o de querer “voltar à cena do crime”. Apesar de ter se aliado a Lula e se empenhado em reforçar sua lealdade com gestos públicos e memes em redes sociais, parece que isso não foi suficiente para apagar as cicatrizes políticas entre os dois.
Enquanto isso, os ministros mais próximos de Lula, como Alexandre Padilha, Rui Costa e Fernando Haddad, seguem à frente das negociações para aprovar o pacote fiscal no Congresso Nacional. A ausência de uma delegação formal para o vice-presidente evidencia um cenário onde Alckmin é mantido à margem, mesmo em um momento crítico de saúde do chefe do Executivo.
A decisão de Lula, ou a falta dela, lança luz sobre uma dinâmica política peculiar e um governo onde as alianças parecem mais frágeis do que aparentam.
Fonte: Tvs1