Valdemar Costa Neto (PL) ainda não se pronunciou sobre o pedido, que consta trechos de depoimento onde Delgatti alega ter se encontrado com o líder partidário
A senadora Eliziane Gama, relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os fatos ocorridos no dia 8 de Janeiro, pediu a quebra dos sigilos telefônico e telemático do deputado Valdemar Costa Neto, presidente do Partido Liberal (PL), partido ao qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é filiado.
O pedido foi motivado pelas declarações do suposto ‘hacker’ Walter Delgatti, que prestou depoimento na CPMI na quinta-feira 17 de agosto e trouxe novas informações sobre o escândalo que envolve a tentativa de golpe de estado por parte de apoiadores de Bolsonaro.
Uma das questões que ainda não foram esclarecidas pela comissão é se houve envolvimento direto do governo Bolsonaro na articulação dos ataques à República e às instituições democráticas.
O requerimento da relatora ainda não foi votado pela comissão, mas uma nova reunião está marcada para terça-feira (22). No documento, Eliziane Gama (PSD-MA) reproduziu trechos do depoimento de Delgatti onde ele menciona Valdemar Costa Neto.
Segundo Delgatti, Valdemar Costa Neto participou de uma reunião com ele e a deputada Carla Zambelli para discutir a invasão de urnas eletrônicas antes das eleições de 2022.
O hacker contou que, apesar de o assunto da reunião ser técnico, Valdemar ligou para uma pessoa chamada Duda para marcar um encontro posterior com o responsável pelo marketing da campanha. Delgatti disse que não sabia se Valdemar tinha conhecimento técnico sobre o tema.
Delgatti alega que recebeu um pagamento no valor de R$ 40 mil da deputada Carla Zambelli
O hacker alegou ter recebido um pagamento em torno de R$ 40 mil da deputada federal Carla Zambelli em conexão com esse evento. A relatora argumentou que a posição ocupada por Valdemar no partido não deve ser considerada como atenuante, mas sim como agravante do ocorrido.
Segundo Eliziane Gama, “não é admissível que uma função tão relevante seja usada para corromper a ordem democrática brasileira. É dever desta Comissão investigar a veracidade das sérias alegações feitas.”
Após o depoimento de Delgatti, Valdemar Costa Neto não contestou as declarações do hacker. Ele confirmou a realização da reunião, afirmando que não iria seguir com quaisquer ações legais ou denúncias sobre o assunto. Ele declarou que o encontro foi uma ocorrência única e que nunca mais voltou a se encontrar com o suposto hacker.
Fonte: Michele Net