
Durante sessão da CPI do MST, o deputado Zé Trovão falou da importância de se apresentar dados verdadeiros ao debater temas como o agronegócio e as invasões de terras, ao invés de apresentar narrativas. O deputado agradeceu pela apresentação feita pelo ex-Presidente do INCRA e ex-Secretário de Agricultura do Estado de São Paulo, Francisco Graziano Neto, e apresentou questionamentos.
Zé Trovão disse: “Como nós vimos nos dados ali, mais de 140 mil funcionários públicos receberam títulos agrários, com terras empossadas. Que direito têm essas pessoas de receber uma terra gratuita, se já têm um bom emprego, têm um bom salário? Pelo que eu entendo, títulos são dados a quem não tem condições de ter a sua terra através do custeio financeiro.
Claro, a narrativa da Esquerda sempre vai ser criada de uma maneira tão bela e tão bonita. Mas narrativa se quebra, Deputados, com fatos, números e dados”.
O deputado prosseguiu comparando a quantidade de terra que é destinada ao agronegócio e às ocupações e reservas: “eu quero trazer alguns aqui: 88 milhões de hectares de terras foram destinados a assentamentos; 100 milhões de hectares de terras são de reservas ambientais; e mais de 118 milhões de hectares de terras são destinados aos povos originários. Agora eu vou trazer um dado que vai deixar os senhores de cabelo em pé, porque eu vou falar de quem sustenta o Brasil. O agro sustenta o Brasil e manteve este País de pé enquanto ficavam com aquele papinho furado de “Fica em casa. A economia a gente vê depois”. Tomando um uísque Royal Salute fica muito fácil ficar em casa, Presidente. Diziam: “Fica em casa. A economia a gente vê depois”, enquanto tomavam champanhe de 2 mil reais. Essa turminha foi sustentada pelos agricultores do agronegócio, que têm hoje no Brasil 62 milhões de hectares apenas”.
Zé Trovão comparou os resultados obtidos pelo agronegócio e pelos assentamentos e questionou: “Olha só que interessante: nós destinamos quase 90 milhões de hectares, que, como foi mostrado através dos dados do Sr. Francisco Graziano Neto, geram uma renda que não chega a meio salário mínimo. E aí vêm me dizer que o MST, que essa facção criminosa tem por objetivo tirar alguém da pobreza e da miséria, tem por objetivo dar moradia sustentável a quem está passando fome?”.
O deputado pediu: “Respeitem a agricultura e respeitem quem precisa produzir nas suas terras! Respeitem quem trabalha a vida inteira para levar até a sua mesa o alimento!”.
O deputado petista Marcon, então, atacou o deputado, lembrando que ele utilizou tornozeleira eletrônica, e esquecendo a presunção de inocência prevista no ordenamento jurídico brasileiro. Marcon disse: “Eu nunca precisei assumir mandato na Câmara Federal usando tornozeleira e sou do Movimento Sem Terra, está bem? Preciso dizer mais alguma coisa?”. Em seguida, Marcon defendeu que funcionários públicos possam participar do MST e receber terras, assim como pessoas com renda. Ele disse: “Eu não entendo por que, se o cara tem um carro importado, perguntam por que ele tem um carro importado”.
Após esclarecimentos de Xico Graziano, Zé Trovão respondeu : “Eu assumi meu mandato usando tornozeleira, mas seu Presidente da República assumiu depois de roubar o Brasil”.
Fonte: FP