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Uma audiência pública realizada na Câmara Municipal de São Paulo para discutir a regulamentação do mototáxi terminou em conflito na última sessão. O presidente do Sindicato dos Motoboys de São Paulo (SindimotoSP), conhecido como Gil, agrediu o vereador Lucas Pavanato (PL), durante o evento que reuniu diferentes representantes do setor e da população.
Confira detalhes no vídeo:

O incidente gerou grande repercussão e motivou o agendamento de uma nova audiência pública para o dia 5 de junho, com o objetivo de dar continuidade ao debate em um ambiente mais controlado e seguro. A confusão foi tão intensa que o vereador Pavanato sofreu escoriações e precisou registrar um boletim de ocorrência em uma delegacia da capital. O presidente do sindicato também foi levado para prestar esclarecimentos à polícia.
O confronto ocorreu em meio a uma audiência bastante tensa, marcada pela divisão entre mototaxistas que defendem a liberação imediata do serviço na cidade e aqueles que defendem a manutenção da proibição até que haja uma regulamentação mais rigorosa. Os presentes manifestaram sua insatisfação de forma clara: mototaxistas favoráveis à liberação vaiaram Gil enquanto ele falava no plenário e chegaram a virar as costas em protesto.
Durante a audiência, alguns manifestantes exibiam faixas com frases que deixavam evidente a insatisfação com o atual cenário. Entre os dizeres, estavam apelos para garantir o direito ao trabalho e críticas ao prefeito Ricardo Nunes, especialmente relacionadas à morte de Larissa Barros, uma jovem de 22 anos que faleceu em um acidente envolvendo mototáxi no centro da cidade, no último dia 24. Esse episódio tem sido usado como argumento contra a liberação do serviço sem regras claras.
Por sua vez, Gil defende que o mototáxi permaneça proibido enquanto não houver uma regulamentação que garanta segurança e direitos tanto para os trabalhadores quanto para os usuários. Ele aponta a entrada das plataformas digitais de transporte, como Uber e 99, desde 2015, como um fator que desregulamentou o setor e precarizou as condições de trabalho. Para ele, essas empresas têm explorado os trabalhadores, gerando uma competição desleal e enfraquecendo a categoria.
A audiência pública expôs as dificuldades para se chegar a um consenso sobre o mototáxi em São Paulo, que envolve questões de segurança, formalização do trabalho, concorrência com serviços já existentes e a busca por direitos trabalhistas. Enquanto parte da categoria luta para ter o serviço liberado para garantir uma fonte de renda, outra parcela teme que a falta de regulamentação cause mais riscos para os profissionais e para os usuários.
O debate sobre o mototáxi na maior cidade do país tem ganhado força nos últimos anos, em razão do crescimento das demandas por mobilidade rápida e acessível. A regulamentação envolve questões como capacitação dos condutores, normas de segurança, seguro para passageiros e fiscalização eficaz, pontos que precisam ser alinhados para que o serviço possa operar com responsabilidade.
A nova audiência marcada para o início de junho pretende retomar a discussão de forma mais organizada, buscando uma solução que contemple as diferentes vozes envolvidas e minimize os conflitos. O tema continua sendo delicado e mobiliza não apenas os trabalhadores, mas também legisladores, órgãos de trânsito e a sociedade em geral, que acompanha atentamente os desdobramentos.
Enquanto isso, a proibição atual mantém o mototáxi na ilegalidade, o que não impede sua prática em algumas regiões, gerando ainda mais desafios para a segurança pública e para o ordenamento do transporte urbano. A busca por um consenso regulamentar é fundamental para garantir um serviço que atenda às necessidades da população sem colocar em risco vidas e direitos.
Fonte: pensandodireita.com