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O deputado federal Glauber Braga, do PSOL, decidiu encerrar sua greve de fome na tarde desta quinta-feira, após uma série de negociações realizadas por aliados dentro da Câmara dos Deputados. A articulação foi conduzida pelos líderes do Partido dos Trabalhadores (PT), Lindberg Farias e Sâmia Bonfim, e pelo presidente da Câmara, Hugo Mota, com o objetivo de garantir que o deputado tivesse mais tempo para tentar reverter a decisão de cassação de seu mandato.
Confira detalhes no vídeo:

Braga havia iniciado a greve de fome no plenário 5 da Câmara, onde permaneceu por oito dias em um acampamento, aparentemente consumindo apenas soro, água e isotônico. Sua manifestação foi um protesto contra a decisão do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, que em 9 de abril de 2025, aprovou a cassação de seu mandato por 13 votos a 5. Durante esse período, ele buscava obter tempo para convencer seus colegas parlamentares a reconsiderarem essa medida.
O presidente da Câmara, Hugo Mota, se comprometeu a garantir mais tempo para o deputado se defender. Em uma publicação nas redes sociais, Mota anunciou que o caso de Glauber Braga só será levado ao plenário após um prazo de 60 dias, para que ele possa exercer plenamente seu direito de defesa. Após esse período, os deputados decidirão, de forma soberana, se o mandato de Braga será de fato cassado ou se ele continuará no cargo.
A postura do presidente da Câmara tem gerado controvérsias. Para alguns, a concessão do prazo é uma medida legítima, já que o regimento da casa garante a ampliação da defesa. No entanto, críticos apontam que a situação de Glauber Braga, envolvido em um episódio de violência contra um visitante da Câmara, deveria ter levado à sua destituição imediata, sem as negociações que agora parecem marcar o processo. Muitos consideram que a violência cometida por um deputado não deveria ser tratada com tamanha flexibilidade, sugerindo que em outras democracias a consequência seria uma expulsão imediata.
A greve de fome e a subsequentemente articulação política também trouxeram à tona questionamentos sobre as condições no Brasil para a defesa dos direitos dos cidadãos. Enquanto Glauber Braga recebe apoio de sua base e aliados políticos para garantir mais tempo e recursos para sua defesa, críticos questionam por que outros cidadãos, especialmente aqueles envolvidos em manifestações políticas, não têm o mesmo direito a uma defesa ampla e justa.
Além disso, a situação revelou divisões internas dentro do próprio PSOL, partido ao qual o deputado pertence, refletindo um clima de tensões que permeia o processo político brasileiro. Enquanto alguns apoiam a estratégia de resistência adotada por Braga, outros consideram que a ação foi uma tentativa de evitar a punição por um ato que, para muitos, não poderia ser tolerado em um ambiente democrático.
Enquanto o caso continua a se desenrolar na Câmara, a sensação é de que, apesar da grave violação cometida por Braga, a disputa política e os acordos internos têm potencial para prolongar indefinidamente a situação, levando a um cenário no qual um deputado acusado de agressão possa manter seu mandato e, até mesmo, ser reeleito em um ambiente de polarização política. O futuro de Glauber Braga e a resposta da Câmara dos Deputados à situação ainda são incertos, mas a batalha pelo seu mandato segue, com o respaldo de uma defesa que busca prolongar o processo.
Fonte: pensandodireita.com