Cristiano Zanin – o primeiro indicado ao STF do terceiro mandato de Lula – tomou posse na Suprema Corte, onde herdará automaticamente 528 processos de de seu antecessor, o “sempre fiel”, Ricardo Lewandowski

Com a missão de basicamente fazer o que seu antecessor fez quando este era ministro do Supremo Tribunal Federal, o ex-advogado de Lula, Cristiano Zanin Martins assumiu o cargo de ministro da Suprema Corte, como primeiro indicado do ‘presidente’ da república em seu terceiro mandato.
A cerimônia – realizada na tarde quinta-feira (3) no Salão Branco do STF – contou com presenças de ilustres nomes, incluindo alguns que disputam a próxima vaga que abrirá para o tribunal, logo após consolidada a aposentadoria da ministra Rosa Weber, em outubro.
São eles: o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), o ministro-chefe da Advocacia-Geral da União, Jorge Messias, e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STF) Luís Felipe Salomão. Também estiveram no evento os presidentes das casas legislativas, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
Quando começar a despachar no STF, Cristiano Zanin terá de abraçar os 528 processos deixados na gaveta por Ricardo Lewandowski – ministro que se aposentou antecipadamente em abril, e que também havia sido nomeado por Lula em 2006.
Entre as matérias que poderão ser pautados em breve pela presidência da corte, destaque para a que decidirá sobre a Lei das Estatais. Zanin terá dizer se o governo Lula poderá ou não indicar políticos sem passar pela quarentena obrigatória para cargos públicos.
Zanin deve seguir a linha parcial de Lewandowski

Não é segredo que Lula tenha indicado Zanin para basicamente votar a seu favor nas principais pautas que caírem em seu colo no Supremo. Durante seus 17 anos no magistrado, Ricardo Lewandowski raramente contrariou a vontade dos petistas Lula e Dilma Rousseff.
- Durante a pandemia, por exemplo, Lewandowski enviou à PGR o pedido do partido Cidadania, que acusou o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, de ter prevaricado.
- No mesmo período, o ex-ministro também foi favorável à exposição pública de exames de covid-19 do então presidente Jair Bolsonaro. Zanin, vale destacar, também herdará processos de Bolsonaro liegados à pandemia.
- Em 2012, Ricardo Lewandowski votou de forma oposta ao relator do processo conhecido como mensalão. No papel de revisor da corte, o ministro entendeu que Paulo Cunha (PT-SP), Marcos Valério e seus dois ex-sócios, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz eram inocentes dos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro.
- Ricardo Lewandowski presidiu o julgamento de impeachment de Dilma Rousseff, em (2016). E foi da caneta do ministro que saiu a decisão para a então presidente deposta poder disputar eleições em 2018, mesmo perdendo o cargo. Atendendo a pedidos do PT e aliados, Lewandowski aceitou aviltar a Constituição, fatiando de forma inédita o processo de impeachment.
Fonte:Paradoxo