Os encontros com membros de alto escalão do governo não foram registrados nas agendas dos ministros

Em seus primeiros seis meses ao lado do presidente Lula (PT), a primeira-dama, Rosângela da Silva tem se destacado por sua presença frequente em eventos públicos e viagens oficiais. No entanto, sua agenda oficial tem apresentado lacunas, apesar dessa constante participação pública. Como primeira-dama, Janja não possui cargo oficial, portanto, não é legalmente obrigada a divulgar uma agenda pública, como outras autoridades. Contudo, ela tem desempenhado um papel ativo no governo, despachando regularmente no Palácio do Planalto e participando de reuniões de trabalho político.
De acordo com informações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), Janja teve 86 compromissos registrados de 1º de janeiro a 28 de junho deste ano. Os compromissos variaram desde reuniões com ministros até encontros com parlamentares e influenciadores. No entanto, muitos desses encontros com membros de alto escalão do governo não foram registrados nas agendas dos ministros.
A agenda oficial de Janja não é sempre precisa, deixando de registrar vários compromissos e detalhes. A maioria dos compromissos registrados também não apresenta a pauta do encontro.
Janja tem uma forte presença ao lado do presidente Lula, comparecendo a todas as suas viagens internacionais e participando de três reuniões ministeriais. Além disso, ela também participa ativamente de reações do presidente a eventos no Brasil e no mundo.
A primeira-dama também tem contato com influenciadores e figuras culturais, além de políticos. Recebeu visitas desde o ex-BBB e enfermeiro Cezar Black até a cantora Faf de Belém, e reuniu-se com deputadas do PT, incluindo a presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PR), e Benedita da Silva (RJ).
Os aliados de Janja minimizam sua interferência, defendendo seu direito de participar onde for convidada e atribuindo críticas à misoginia.
Houve uma discussão neste ano sobre a criação de um cargo oficial para Janja, mas a ideia foi abandonada devido a preocupações sobre nepotismo e possíveis complicações políticas. Mesmo sem remuneração e sem poder de propor ou formular políticas públicas, o cargo oficial poderia resultar em Janja sendo convocada ao Congresso.
Fonte: Hora Brasília